terça-feira, 19 de outubro de 2010

A Hora e a Vez do Treinamento

ISO 10015 - Diretrizes para treinamento

W.E.Deming, considerado o maior consultor da Qualidade Total, dizia que “para obter qualidade é preciso treinar, treinar e continuar treinando”.

Atualmente não basta treinar; o treinamento precisa, conforme a norma ISO 10015, “...assegurar que o treinamento requerido seja orientado para satisfazer as necessidades da organização.”

O primordial é fazer com que o treinamento dê resultados, como por exemplo:

• redução de custos, redução de acidentes, redução de rotatividade de pessoal,
• aumento de vendas, aumento de produtividade, aumento de lucro, retorno do investimento, melhoria da qualidade e outras melhorias de desempenho.

O treinamento realizado atualmente pelas empresas bem sucedidas é considerado o melhor investimento e tem como objetivo o desenvolvimento das competências essenciais.

Competência essencial (core competence) é um termo cunhado pelo americano Gary Hamel e o indiano C.K. Prahalad, que escreveram um dos livros mais influentes de meados da década de 90: Competindo pelo Futuro.

Segundo Prahalad e Hamel, para que uma competência seja considerada essencial deve passar por três testes:

• Valor percebido pelos clientes. Uma competência essencial deve permitir a empresa agregar valor de forma consistente e diferenciada a seus clientes.

• Diferenciação entre concorrentes. Uma competência essencial deve diferenciar a empresa de seus competidores. Precisa ser algo percebido pelo mercado como específico da marca, do produto ou da própria empresa.

• Capacidade de expansão. Uma competência essencial deve abrir as portas do futuro para a empresa. Não basta que ela seja a base para os produtos e serviços atuais. É necessário que ela possa sustentar novos produtos e serviços.

A vantagem de trabalhar com o conceito de competência é que ele permite direcionar o foco, concentrar energias no que é necessário para que a empresa alcance os seus objetivos operacionais e estratégicos.

O que caracteriza a competência é a integração e a coordenação de um conjunto de habilidades, conhecimentos e atitudes que na sua manifestação produzem uma atuação diferenciada. Elas não se restringem a uma área específica da empresa, estão difundidas de forma ampla em toda a organização.

Para garantir que os programas de treinamento sejam realmente voltados para o desenvolvimento das competências requeridas pelas empresas, foi editada a norma ISO 10015 - Diretrizes para treinamento. Esta Norma pode ser aplicada sempre que uma orientação for necessária para interpretar referências a “educação” e “treinamento” nas normas das famílias NBR ISO 9000 e 14000 e em outras normas de gestão Por exemplo, a QS 9000 estabelece, no elemento 4.18.1: “A eficácia do treinamento deve ser revisada”. O assunto também é mencionado no elemento 4.18.2 da ISO TS 16949, a norma desenvolvida para os fornecedores das montadoras.

A norma ISO 10015 ... enfatiza a contribuição do treinamento para a melhoria contínua e tem como objetivo ajudar as organizações a tornarem seus programas de treinamento um investimento com retorno garantido.
Na edição da norma ISO 9001 (de 1994) a referência sobre o treinamento não era muito precisa. Para a empresa ser certificada eram suficientes as evidências objetivas referentes à “realização” do treinamento”. Mas não havia uma “cobrança” de resultados.

Agora, a nova norma ISO 9001:2008 “cobra” resultados e enfatiza a importância do treinamento.

O objetivo da norma 10015, como norma auxiliar da ISO 9001 e das outras normas de gestão é, portanto, fornecer diretrizes para que a empresa possa desenvolver o treinamento com eficiência e eficácia.

Sebastião Guimarães - guimaraes@tgtreinamento.com.br - http://www.tgtreinamento.com.br/