A pressão pela eficiência está ganhando mais um reforço. Recentemente foi lançada a 10015:2001, uma norma ISO auxiliar, ainda sem poder de certificação, que determina diretrizes claras para a realização de treinamentos. São quatro passos a serem seguidos para conseguir esse carimbo de qualidade no setor de RH das empresas, cujo ponto-chave é uma avaliação rigorosa dos resultados do treinamento.
"Agora a área de recursos humanos tem de treinar dentro das restrições orçamentárias da empresa, com eficácia e eficiência, e mostrar o resultado concreto dos programas, com indicadores numéricos em vários níveis", explica Sebastião Guimarães, professor da Universidade São Judas e consultor da Tedeschi & Guimarães Treinamento.
Guimarães explica que as áreas de RH estão sofrendo forte pressão para apresentar resultados claros em todas as suas práticas, e que o treinamento, com a 10015, deixou de ser um tópico tratado em termos genéricos. "A tendência de médio prazo é que a norma tenha poder certificador no Brasil, assim como já ocorre na Europa. E os departamentos de RH das empresas terão que avaliar detalhadamente seus programas de treinamento", avalia. De acordo com o consultor, a empresa que não seguir as novas regras dificilmente conseguirá outras certificações ISO, como a 9001, por exemplo.
Além do prestígio para o RH, a adequação à norma traz uma mudança de atitude dos profissionais da área, que serão forçados a uma auto-avaliação rigorosa. E, ainda: com os dados precisos sobre o treinamento e seus participantes, criam-se os subsídios para que a empresa faça um cruzamento entre a remuneração e a performance/qualificação de cada profissional.
PASSO-A-PASSO
Conheça os quatro pontos da ISO 10015.
1) Preparação
A 10015 exige um levantamento rigoroso das necessidades de treinamento da empresa. O objetivo é focar competências essenciais demandadas pela empresa - não só no presente, mas também no futuro. "Se a empresa planeja exportar mais, por exemplo, os programas devem necessariamente prepará-la para isso", afirma o consultor da T&G Treinamento.
2) Planejamento
O planejamento específico dos programas deve passar por uma análise rigorosa. Devem ser considerados aspectos como metodologia, adequação da verba, custo-benefício, análise do ROI (retorno sobre o investimento), entre outros. "O RH precisa incorporar todo o ferramental da área de planejamento estratégico, para ganhar em eficiência e ter sucesso", explica Guimarães.
3) Execução
É fundamental supervisionar todo o processo e garantir que ele está seguindo conforme o planejado, alinhado com as diretrizes e objetivos propostos.
4) Avaliação
Esse é o ponto que exige maior esforço das empresas. "As avaliações devem verificar a eficácia e a eficiência do programa, com detalhes e clareza", explica o consultor. Sobre o treinamento em si, devem ser considerados o programa, o instrutor e o treinando. "É importante a avaliação do conhecimento adquirido e se ele foi transmitido de forma adequada. E, sobretudo, mostrar o que a empresa ganhou com o investimento", afirma. Assim, é importante que o funcionário coloque em prática, no dia-a-dia, o que lhe foi ensinado, e que seu trabalho traga resultados para a empresa. Uma das formas para medir isso é por meio de uma avaliação 360º, por exemplo.
Fonte: Site Canal RH – www.canalrh.com.br - terça-feira, 22 de julho de 2003 por Ricardo Gualda
Nenhum comentário:
Postar um comentário